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Tarifas dos EUA sobre celulose canadense podem beneficiar produtores brasileiros, avalia Suzano

A decisão do governo dos Estados Unidos de sobretaxar em 25% os produtos importados do Canadá pode gerar oportunidades para os produtores brasileiros de celulose de fibra curta, avalia a Suzano (SUZB3), maior produtora mundial da commodity. Segundo o presidente-executivo da companhia, Beto Abreu, essa mudança pode ampliar a competitividade da fibra curta no mercado norte-americano.

🌍 Impacto da tarifação sobre a celulose canadense O Canadá exporta anualmente cerca de 4,5 milhões de toneladas de celulose de fibra longa para os EUA, sendo um dos principais fornecedores dessa matéria-prima. Com a aplicação da tarifa, os custos da fibra longa canadense aumentariam, tornando a fibra curta, produzida a partir de eucaliptos no Brasil e na América do Sul, uma opção mais competitiva para o mercado norte-americano.

📊 Posicionamento da Suzano e ajustes de preços Desde janeiro, a Suzano já elevou os preços da celulose vendida aos EUA e à Europa em US$ 100 por tonelada e anunciou um novo reajuste de US$ 60 para fevereiro. Segundo Abreu, a possível tarifação sobre a celulose canadense pode estimular novos aumentos no futuro, uma vez que reduziria a competitividade dos produtos do Canadá e ampliaria a demanda por fornecedores alternativos, como os brasileiros.

💬 “Se tiver alguma taxação específica para a celulose vinda do Canadá, isso favorece ainda mais nossa competitividade na fibra curta”, afirmou Abreu, destacando que esse movimento pode incentivar novas valorizações no setor.

📉 Cautela sobre possíveis tarifas para a fibra curta Apesar da decisão do governo dos EUA de adiar por 30 dias a implementação da tarifação, a Suzano avalia que a celulose de fibra curta, principal produto exportado pela empresa, dificilmente será taxada. O motivo, segundo Abreu, é a alta dependência do mercado norte-americano por esse tipo de insumo.

💬 “Taxar esse tipo de importação significa taxar de forma imediata o consumidor norte-americano e consequentemente impactar a inflação”, explicou o CEO da Suzano.

🔎 Mercado global de celulose e participação da Suzano A Suzano possui cerca de 30% do mercado global de celulose de fibra curta, enquanto a América do Sul responde por 60% desse segmento. Nos EUA, metade da demanda por celulose é suprida por fibras recicladas. Da parcela atendida por fibras virgens, 60% correspondem à fibra curta e 40% à fibra longa.

A empresa segue acompanhando as negociações entre os governos dos EUA e do Canadá e acredita que a decisão final sobre a tarifação terá impacto significativo para o setor. Caso a sobretaxa se mantenha, o Brasil poderá se consolidar como um fornecedor ainda mais relevante para o mercado norte-americano.