O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, oficializou nesta terça-feira (19), em Brasília, sua filiação ao Progressistas (PP). A mudança encerra sua passagem pelo PSDB, partido pelo qual foi eleito em 2022, e inaugura um novo cenário político: após mais de uma década, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado voltam a ser comandados pela mesma sigla.
A prefeita da Capital, Adriane Lopes (PP), também está em Brasília, reforçando o gesto de sintonia que pode ter reflexos diretos tanto na administração municipal quanto na composição de forças para as eleições de 2026.
PSDB em queda livre
A saída de Riedel aprofunda a crise do PSDB. O partido, que em 2022 ainda contava com dois governadores eleitos, agora não tem mais nenhum. Em maio deste ano, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também trocou o PSDB pelo PSD.
O contraste é marcante: o PSDB já foi um dos gigantes da política brasileira. Chegou ao Palácio do Planalto com Fernando Henrique Cardoso (FHC), presidente por dois mandatos (1995–2002), foi protagonista de disputas presidenciais contra o PT durante décadas e governou o Estado de São Paulo por quase 30 anos, com lideranças como Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin. Hoje, Alckmin é vice-presidente da República — mas no PSB, após também deixar os tucanos.
Progressistas ganha musculatura em MS
Enquanto o PSDB se esvazia, o Progressistas (PP) se fortalece em Mato Grosso do Sul. Além de agora contar com o governador Eduardo Riedel e a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, o partido já tem uma das figuras mais influentes da política nacional: a senadora Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura e nome de peso em Brasília.
Com essa configuração, o PP passa a comandar simultaneamente o governo estadual, a capital e uma cadeira no Senado, criando um bloco político de grande relevância no cenário regional e com forte projeção nacional.
Histórico de alinhamentos em MS
A coincidência de partido entre Campo Grande e o Governo do Estado é um fenômeno raro. Veja os registros anteriores:
- 1991–1992 (PTB) – Prefeito Lúdio Coelho e governador Pedro Pedrossian.
- 1997–1999 (PMDB) – Prefeito André Puccinelli e governador Wilson Barbosa Martins.
- 2007–2012 (PMDB) – Prefeito Nelson Trad Filho e governador André Puccinelli.
- 2025 em diante (PP) – Prefeita Adriane Lopes e governador Eduardo Riedel.
Novo equilíbrio de forças
Com Riedel, Adriane Lopes e Tereza Cristina sob a mesma bandeira, o PP se consolida como o partido mais influente de Mato Grosso do Sul, criando um alinhamento político que pode mudar os rumos da sucessão municipal e estadual nos próximos anos.